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Quedas: por que acontecem e quais os riscos às crianças?
Cair é uma parte normal do desenvolvimento infantil. Enquanto crescem, as crianças precisam aprender a ficar em pé, andar, escalar, correr e pular, mas elas ainda não têm sua coordenação motora plenamente amadurecida. Por isso, as quedas são tão comuns durante a infância.
Felizmente, a maior parte desses tombos têm consequências pequenas, como um corte, um joelho ralado ou um “galo” na cabeça. Mas, algumas quedas podem causar lesões graves ou até mesmo tirar a vida dos pequenos.
Por isso, é tão importante que familiares, responsáveis e cuidadores de crianças se informem e busquem formas de evitar esse tipo de acidente – ou pelo menos de minimizar os possíveis impactos negativos na vida e saúde de meninos e meninas.
Leia mais: Dicas sobre como evitar acidentes com quedas de crianças.
A seguir, iremos explicar porque as quedas acontecem tanto durante a infância, os motivos que as tornam um risco às crianças e quais casos são mais graves para meninos e meninas.
Por que crianças são mais vulneráveis às quedas?
Em razão de características físicas e comportamentais próprias do desenvolvimento infantil, crianças são mais propensas a caírem e se machucarem seriamente em uma queda do que um adulto.
Em primeiro lugar, elas ainda não possuem capacidade suficiente para reconhecer situações perigosas e enxergam o mundo de forma muito lúdica. Assim, ao verem um herói voar na televisão, algumas crianças fantasiam que elas também possuem essa habilidade e, ao tentar imitar essa ação, podem sofrer algum acidente.
Seus corpos também são pequenos e mais frágeis. Por isso, crianças têm menor capacidade de absorver o impacto de uma queda. Sua pele é mais delicada, os órgãos internos ainda são imaturos, o esqueleto é frágil e o crânio ainda não está completamente fechado. Como consequência, ao cair e bater a cabeça, por exemplo, o cérebro das crianças corre mais risco de sofrer lesões do que o de um adulto.
Uma característica típica de crianças da faixa etária de zero a quatro anos é possuírem a parte superior de seus corpos proporcionalmente mais pesadas que o resto de seu corpo, o que favorece o desequilíbrio.
Mas não são só os pequenos que apresentam perfil susceptível às quedas. Meninos e meninas mais velhas, de cinco aos 14 anos, têm grande interesse pela velocidade e aventura. Esse comportamento também contribui para que quedas aconteçam, uma vez que eles acabam se arriscando mais nas brincadeiras e podem se machucar seriamente.
Leia também: Folder “Brincar – Correr, pular e soltar a imaginação livremente, mas sempre com segurança”.
Dados sobre quedas
As quedas são a principal causa de internação por motivos acidentais de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2017, dos 115 mil meninos e meninas dessa faixa etária hospitalizados no país em razão de algum tipo acidente, 45% dos casos (51 mil) foram em decorrência de quedas.
Em relação às mortes de crianças e adolescentes por acidentes, esse tipo é a sexta maior causa. Dos 3,8 mil óbitos que aconteceram em 2015 por razões acidentais, as quedas foram responsáveis por 5% dos casos.
Tipos de queda mais graves
Ao observarmos os tipos de quedas que foram responsáveis pelo maior número de internações de crianças e adolescentes de zero a 14 anos, vemos que 49% são classificadas como “sem especificação”, 17% como “outras quedas no mesmo nível” (o que inclui colisão com objetos, por exemplo), 13% como “quedas no mesmo nível – empurrões, tropeções e passo em falso” e 9% como “outras quedas de um nível a outro”.
Nos casos de mortes, os tipos que mais tiraram vidas de meninos e meninas dessa faixa etária foram “quedas sem especificação” (26%), “quedas para fora de edifício ou outras estruturas” (16%), “quedas de árvores” (11%), “outras quedas no mesmo nível” (10%), “outras quedas de um nível a outro” (8%) e “quedas de um leito” (8%)
Quedas que apresentam mais risco por faixa etária
Por apresentarem características físicas e comportamentais diferentes, cada faixa etária corre mais risco de se acidentar com tipos distintos de quedas.
Bebê menores de um ano sofrem muitos acidentes envolvendo quedas do leito. Nunca se sabe quando um bebê vai aprender a se sentar, rolar ou engatinhar. Por isso, é muito importante não deixá-los sozinhos, sem supervisão, em cima de camas ou outros móveis (como trocadores), nem mesmo quando estão dormindo.
Entre as crianças de um a quatro anos, a maior parte dos acidentes graves são casos de quedas do mesmo nível, para fora de estrutura ou edificações e de escadas. Nessa fase, a criança já tem mais mobilidade, pois já sabe engatinhar, andar e correr, e começa a explorar o mundo que a cerca. Porém, ainda não tem tanta firmeza em seus movimentos e não sabe reconhecer perigos, por isso os tombos são tão comuns nessa idade. Observar se o local onde a criança está brincando é seguro (possui grades ou redes de proteção nas janelas e sacadas, portões no pé e no topo das escadas etc.) é fundamental para evitar machucados sérios.
De cinco a nove anos de idade, os principais riscos são relacionados às quedas no mesmo nível e de árvores. Já entre meninos e meninas de dez a 14 anos, além das quedas no mesmo nível, também é preocupante as quedas para fora de edifícios ou outras estruturas. Nessa idade, as crianças se interessam por aventuras e querem se arriscar em brincadeira mais ousadas. É muito importante que familiares, responsáveis e cuidadores sempre orientem às crianças sobre a importância de manterem a segurança durante suas atividades e brincadeira, evitando comportamentos e locais perigoso.
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