Compartilhe
Alerta sobre o perigo de brincadeira que circula na internet
“Brincadeira da rasteira”, “quebra-crânios” ou “roleta humana” são os nomes dados a esses desafios que apresentam grandes riscos de acidentes graves entre crianças e adolescentes
Com a volta às aulas, começaram a circular nas redes sociais vídeos em que adolescentes aparecem brincando de derrubar os colegas no chão dentro de escolas. Esse tipo de brincadeira chama a atenção pelo risco de ferimento grave, ou até mesmo de óbito, que ela pode ocasionar.
Nas redes sociais diversos médicos e profissionais da área da saúde tem alertado seus seguidores sobre o perigo desses desafios, que podem provocar desde fratura no punho ou na coluna até um traumatismo craniano.
A “brincadeira da rasteira” ou “quebra-crânios” consiste em três pessoas posicionadas lado a lado. Enquanto a do meio – que está desavisada – dá um pulo, as duas pessoas das extremidades aplicam uma rasteira, causando sua queda. A força com que as vítimas da pegadinha atingem o piso é facilmente perceptível nos vídeos que estão sendo divulgados.
A repercussão dessa brincadeira acende um alerta sobre os dados de internações por acidentes de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Brasil. Conforme levantamento da Criança Segura baseado em dados do DataSus, em 2018 as quedas foram os acidentes que mais geraram a internação de meninos e meninas dessa faixa etária. Correspondendo a um total de mais de 51 mil internações, seguido por queimaduras e acidentes de trânsito.
A faixa etária de 10 a 14 anos, fase em que as crianças se arriscam em brincadeiras ousadas para se sentirem pertencentes a um grupo sujeitando-se a riscos como os causados por essa brincadeira, é a que apresenta uma maior taxa de internação, correspondendo a quase 19 mil internações em 2018. Contudo, 90% dos casos de internação podem ser evitados apenas com medidas preventivas.
De acordo com Vania Schoemberner, gerente executiva da Criança Segura, a informação é o principal meio para evitar os acidentes com crianças e adolescentes. “É preciso que pais, professores e todos os responsáveis pelos adolescentes estejam atentos aos riscos desse tipo de brincadeira, que pode acontecer durante as aulas ou até mesmo quando eles estão em casa ou em outro ambiente”, explica.
Para a gerente executiva, é muito importante alertar mães, pais, responsáveis e os profissionais de educação sobre o perigo de brincadeiras como a “quebra-crânios” para que eles orientem as crianças em relação aos riscos de acidentes. “Orientar meninos e meninas a não aceitarem participar desses desafios é muito importante e, principalmente, é preciso que haja sempre a supervisão de um adulto, seja em ambiente doméstico, escolar ou qualquer outro”, enfatiza.