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Afogamento: por que acontece e quais os riscos às crianças?
No Brasil, o afogamento é a segunda maior causa de morte acidental de crianças e adolescentes de zero a 14 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Somente em 2016, 913 meninas e meninos dessa faixa etária perderam suas vidas em razão desse tipo de acidente.
O afogamento é um vilão ainda mais perigoso para as crianças de um a quatro anos de idade, pois é a causa número um de óbitos acidentais desse grupo etário. Em 2016, 407 crianças de um a quatro anos morreram em decorrência de afogamento.
E é durante o verão que as mortes por esse tipo de acidente de crianças e adolescentes se tornam mais frequentes. A média mensal de óbitos por essa causa de meninas e meninos de zero a 14 anos, em 2016, foi de 76 casos. Em janeiro do mesmo ano, o Ministério da Saúde registrou 119 mortes por afogamento dessa faixa etária; em fevereiro foram 111 óbitos; e em dezembro o número de mortes foi de 105.
Para ajudar pais, familiares, responsáveis e cuidadores de crianças a entenderem um pouco mais sobre os motivos que tornam o afogamento um acidente tão comum e tão perigoso durante a infância, a Criança Segura preparou este artigo.
Por que crianças são mais vulneráveis a afogamentos?
O afogamento é um acidente rápido e silencioso. Por isso, é tão importante que sempre haja um adulto supervisionando atentamente as crianças quando elas estão brincando perto da água – seja na praia, no rio, na piscina, na piscininha, na lavanderia ou no banheiro.
Devido a características próprias do desenvolvimento infantil, até os quatro anos de idade meninas e meninos têm coordenação motora limitada, pouca habilidade para reconhecer situações perigosas e reagir de maneira rápida e correta para se livrar delas. Além disso, possuem a cabeça proporcionalmente mais pesada que o resto do corpo, o que prejudica ainda mais seu equilíbrio e também dificulta que consigam se levantar sozinhos em caso de um tombo.
Sendo assim, se uma criança dessa faixa etária cai com seu rosto dentro de um recipiente qualquer com até 3 dedos de água (balde, bacia, vaso sanitário etc.), ela muito provavelmente não conseguirá se levantar sozinha, nem mesmo ter força suficiente para apenas erguer o tronco e tirar nariz e boca da água para que possa respirar.
Em apenas dois minutos submersa, a criança perde a consciência. Após quatro minutos embaixo d’água, danos irreversíveis ao cérebro podem ocorrer. Por isso, não é recomendado deixar uma criança sozinha enquanto ela está brincando com água ou tomando banho nem mesmo para atender ao telefone ou pegar uma toalha. Em caso de afogamento, todo segundo conta na hora de prestar socorro à vítima.
Em nosso site, você encontra diversas dicas que irão te ajudar a evitar o afogamento de crianças e adolescentes. Porém, as duas principais são:
– Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo todo;
– O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento;
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Dados sobre afogamento
Como já dissemos, em 2016, 913 crianças e adolescentes de até 14 anos morreram devido a afogamento. Essa foi a segunda principal causa de óbitos por motivo acidental entre meninas e meninos dessa faixa etária no país. Crianças de um a quatro anos de idade foram a maior parte (44%) das vítimas desse tipo de acidente, totalizando 407 óbitos por afogamento nesse grupo etário naquele ano.
Ao observarmos os tipos de acidentes envolvendo afogamento que foram responsáveis pelo maior número de mortes de crianças e adolescentes de zero a 14 anos, vemos que 41,7% dos óbitos foram classificados como “não especificados”; 37,1% como “afogamento em águas naturais”, que incluem casos que ocorreram em córrego, curso d’água, lago, mar aberto e rio; 7,8% como “outros”; e 7,3% como “afogamentos em piscinas”.
Entre as crianças de um a quatro anos, essa classificação se repete, mudando apenas as porcentagens: 44,2% “não especificados”; 24,3% “afogamento em águas naturais”; 11,8% “outros”; e 11,5% “afogamentos em piscinas”.
Esses dados demonstram como é importante que os responsáveis pelas crianças estejam sempre atentos para evitar esse tipo de acidente, principalmente nos momentos de lazer. Um passeio para a praia ou um dia na piscina com um grupo de amigos – incluindo adultos e crianças – são situações onde ocorrem uma infinidade de distrações. E é natural que em alguns momentos os adultos se dispersem e interajam uns com os outros acreditando que pelo menos um responsável pelas crianças estará de olho nelas. Porém, isso nem sempre acontece e é aí que mora o perigo.
É preciso que os adultos se articulem e combinem formas de sempre terem a certeza que pelo menos um responsável estará totalmente atento às crianças. Caso essa pessoa queira descansar ou precise se ausentar do local por qualquer motivo, ele precisa passar sua função de cuidador para outro adulto.
E não se engane. Mesmo crianças que já sabem nadar ou que praticam natação podem sofrer algum tipo de acidente e acabar se afogando. Por isso, não se deve abrir mão da supervisão nunca.
Com medidas simples de prevenção, como essa, é possível evitar 90% das mortes acidentais de meninas e meninos. Informe-se sobre o assunto e garanta sempre a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes.
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