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Criança Segura e Proteste avaliam parquinhos no RJ e SP

Entidades cobram brinquedos mais seguros e manutenção frequente para redução do risco de acidentes com as crianças nesses ambientes

Em outubro, a Criança Segura e Proteste realizaram uma ação em conjunto para avaliar as condições de segurança dos equipamentos de 12 parquinhos públicos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. As constatações foram preocupantes: vários brinquedos estavam em péssimo estado de conservação, sem condições de uso e expondo as crianças a riscos de acidentes graves.

Para as duas organizações, muitos equipamentos estão em péssimo estado, necessitando de interdição parcial e até total. Os resultados dessa avaliação serão encaminhados às Prefeituras e ao Ministério Público dos dois estados pedindo providências.

Entre os problemas mais comuns encontrados – não só por falta de manutenção, mas por projetos mal formulados – estão: falta de proteção em determinados brinquedos que podem gerar queda; partes rotatórias desprotegidas; falta de material ao redor dos brinquedos para absorver o impacto da queda; gangorras e balanços com afrouxamento; materiais que esquentam e podem queimar a criança em dias com temperatura mais elevada; equipamentos com partes enferrujadas e mal soldadas, com pontas agudas e afiadas; pintura descolando, que pode gerar intoxicação; e brinquedos com partes que acumulam água.

Foram avaliados, em São Paulo, os parques do Carmo, Independência, Piqueri, Guarapiranga e Ibirapuera e a Praça Marli Noeli Carly Lacerda, na Vila Madalena. E, no Rio de Janeiro, as praças visitadas foram: Soldado Geraldo da Cruz, na Barra da Tijuca; do Barro Vermelho, em Jacarepaguá; Praça sem nome, entre as Ruas Átila da Silveira e Frei Bento, em Madureira; Afonso Pena, na Tijuca; Parque do Catete, no Palácio do Catete; e Corumbá, em Botafogo.

Essa ação faz parte da campanha “Quero meu parquinho seguro”, que pretende tornar obrigatória a norma da ABNT NBR 16071 para que ela passe a ser usada como referência na construção dos brinquedos, no planejamento dos espaços e na manutenção de parquinhos.

O objetivo é garantir que normas mínimas de segurança sejam seguidas pelos fabricantes de equipamentos de playground, como pede a ação civil pública de autoria do Ministério Público Federal (MPF).

Além disso, há ainda um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e que deseja tornar obrigatório o uso da norma da ABNT na construção e manutenção dos parquinhos, para que sejam mais seguros às crianças.

Desde 2008, segundo dados do Ministério da Saúde, quase quatro mil crianças, com idade entre zero e 14 anos, foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) devido a quedas ocorridas em parquinhos. No período de 2008 a 2013, foram registrados 18 casos fatais.

Os acidentes representam a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Outro agravante é que, entre as causas de internações por motivos acidentais de crianças dessa faixa etária, as quedas estão em primeiro lugar nas estatísticas. Entretanto, estudos demonstram que pelo menos 90% dessas lesões poderiam ser evitadas com atitudes de prevenção.

Entre os cuidados ao levar seu filho para um parque estão: ficar de olho nas crianças; reparar se o piso onde vão brincar é de um material que absorve impacto, como grama, areia ou emborrachado; verificar se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança; observar se os equipamentos não estão enferrujados ou quebrados ou se apresentam superfícies perigosas.